sábado, 19 de outubro de 2013

Stickman

Uma linha é composta por um conjunto infinito de pontos assim como o ser humano é composto por um conjunto infinito de características, experiências, relações, aprendizagens, desejos, potencialidades, fraquezas, conhecimentos e de células que são os pontos relacionados com a natureza física do ser humano. Disto isto, creio que a representação mais fiel daquilo que é  Ser Humano não é o Homem Vitruviano do grande Leonardo Da Vinci mas o Stickman de qualquer criança de 3 anos...

E com este pensamento vos deixo!

Vossa,
A

domingo, 13 de outubro de 2013

Espectador expectando..

Hoje uma colega minha veio ter comigo para me perguntar se eu conhecia alguém entre os 14 e os 16 anos da nossa cidade que tenha superado as expectativas em alguma área, que tenha tido uma boa iniciativa ou ganho um prémio importante.
Depois de pensar por uns bons minutos e de rever as notícias locais percebi que de facto não tinha havido ninguém a preencher estes critérios nos últimos tempos. Tenho a certeza que houve imensa gente a atingir um objectivo pessoal e a superar-se a si próprio diariamente, porém nenhum reconhecimento lhes foi feito... será que as pessoas já não superam as expectativas? Ou serão as expectativas que nos impõem tão altas que se tornam insuperaveis?

Vossa,
A

sábado, 5 de outubro de 2013

Abuso da autoridade médica

Há uns dias fui a uma consulta de oftalmologia na esperança de poder fazer cirurgia refractária. Isto porque já uso óculos e mais recentemente lentes de contacto há mais de 15 anos e já estou farta! Detesto ver-me de oculos e as lentes têm um grande problema que é o ar condicionado das salas e o vento que secam as lentes e fazem-me sentir como se tivesse os olhos colados.
Nunca tinha ido a uma consulta ao hospital em questão nem conhecia o médico mas foi-me recomendado por uma amiga e eu lá fui. Não esperei muito tempo pela consulta e fui rapidamente chamada. Quando entrei fui recebida por uma optometrista que me fez os exames antes de entrar para o consultório e foi sempre a despachar! Falava tão rápido que não conseguia perceber metade do que ela me dizia, quase não tive tempo de lhe dizer as letras que ela mudava logo o ecrã... Não fiquei muito satisfeita e quando entrei para o consultorio médico foi pior! Quando entrei disse-me "Boa Tarde" e não me convidou a sentar e passado um bocado decidi sentar-me por iniciativa própria, e só quando o fiz é que ele se decidiu a levantar-se para me cumprimentar, sinceramente.. depois contei-lhe das minhas intenções para fazer a cirurgia a laser e ele virou-se "Não percebo qual é a pressa." e eu respondi "Sabe, eu já uso óculos desde os meus 2 anos de idade acho que ja esta na altura." ao que ele respondeu "Ja esperaste tanto podes esperar mais um ou dois anos. Senta-te naquela cadeira." (eu não o conhecia de lado nenhum e ele estava a tratar-me por tu!!) Começou a fazer uma série de observações e à semelhança da optometrista mal me dava tempo para tentar focar as letras. Depois foi ao armário da medicação e tirou de lá um frasco de gotinhas "Abre bem os olhos" - disse ele - ao que eu respondi "Espere lá! para que é isso?" ao que ele respondeu "São umas gotas para medir a tensão ocular, pareceu-me alta nos exames que fizeste a bocado."
Tensão ocular alta?? lamento mas não sei o que significa e não está certo permitir aos médicos que peguem num qualquer medicamento ou num qualquer instrumento e comecem a mexer no corpo sem terem consideração nenhuma pela PESSOA que lá está! Não somos apenas um corpo que precisa de ser curado somos acima de tudo pessoas que precisam de ser cuidadas que não têm os mesmos conhecimentos e que precisam de orientação e explicação para nos podermos envolver no nosso próprio processo de doença tomando decisões sobre ele. Eu fui só a uma consulta de oftalmologia mas de certeza que já aconteceu noutros contextos mais graves em que a pessoa se encontra num maior estado de vulnerabilidade que é aumentado por estas atitudes médicas.
Até que ponto estamos dispostos a deixar todas as decisões sobre nós próprios para os médicos, negando-nos a nossa dignidade e liberdade de escolha com direito a uma decisão informada?

Vossa,
A